26/08/2005

É por estas e por outras...

Permitam-me que lhes transcrevam, de forma sintética, um artigo que me passaram por email e que foi publicado no Boletim Informativo do Clube de Campismo do Concelho de Almada, datado de Junho de 2005, da autoria de José Chitô. Leiam, porque vale mesmo a pena! Consta do seguinte: Este senhor acordou um dia com um problema no olho direito. Pareceu-lhe grave. Deslocou-se ao Hospital Garcia de Orta, em Almada (16 Abril 2005). Diagnóstico: deslocamento de retina. Só poderá recuperar com operação. Segundo a opinião do oftalmologista a situação é grave e urgente. Mas a lista de espera é muito grande: talves 6 meses a um ano. O nosso amigo fica abismado, pois uma situação destas requer internamento imediato. Qual a solução que veio da boca do médico? A existência de um bom especialista em Setúbal, que ele próprio conhecia. Lá vai o homem à consulta do referido especialista que lhe confirma o diagnóstico: tem que ser operado. Eu levo 3.000 euros por operar, mais 3.000 para a clínica e assistentes. TOTAL: 6.000 euros (1.200 contos). Por esta consulta desembolsou 60 euros. Por achar este orçamento brutal, resolve marcar consulta para uma clínica em Badajoz. Devido à urgência do caso, marcam-lha para o dia seguinte. É atendido meia hora depois de ter chegado. Confirmam-lhe o diagnóstico. O especialista diz não haver tempo a perder, não tem datas livres, por isso vai ter de adiar operações menos urgentes para poder encaixar a dele. Volta passado 10 minutos, com a data da operação: AMANHÃ ás 17 horas. São 1.200 euros (240 contos). Custo da consulta: 35 euros. A operação foi um um êxito! Nos 30 dias seguintes e sempre que se deslocou à Clínica, não pagou mais nada. COMENTÁRIOS? Este país não tem salvação possível! E não sou daquelas que gostaria de ser espanhola mas em Portugal o SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE é, sem dúvida alguma, extremamente PODRE!

17/08/2005

Tragédia ambiental na Serra da Gardunha...



Para minha tristeza a paisagem verde da serra da Gardunha deu agora lugar a um cenário de desolação. O incêndio que deflagrou perto de Alcongosta, no concelho do Fundão, na passada quinta-feira, estendeu-se até perto de Castelo Novo. Durante 5 dias as chamas fustigaram toda a serra. Centenas de hectares de floresta, pomares de cereja e outros frutos foram consumidos pelas chamas. O incêndio da Gardunha pôs em perigo algumas habitações. Em Castelo Novo acabou por ser atingida uma casa de Turismo Rural e perto de Alcongosta foram destruídas as condutas de abastecimento de água, uma situação que está a condicionar o serviço prestado aos cerca de 700 habitantes da aldeia.O túnel da Gardunha teve que ser encerrado ao trânsito na noite de quinta-feira. O fumo intenso proveniente do incêndio concentrou-se no interior do túnel e fez com que este estivesse intransitável durante mais de quatro horas. Segundo informações do Centro Nacional de Coordenação de Socorros, no combate às chamas estiveram envolvidos mais de cem bombeiros de 23 corporações com 37 viaturas no terreno e também com meios aéreos. Todos os recursos foram poucos para combater o incêndio que se levantou em várias frentes o que instala a suspeita de acção criminosa.A Gardunha perdeu com este incêndio grande parte da variedade florestal de que dispunha. Será que isto nunca mais terá fim??

05/08/2005

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Meu amor ja te mandei
Saudades mil, tu bem vês
Mas outras com que fiquei
P`las vezes que em ti pensei
São muitas mais do que lês.

João Catarino Ribeiro

Esperança

Gostaria eu de ser... uma flor singela
P`ra usares em teu colar, junto ao teu peito;
Gostaria eu de ser … uma aguarela…
E ser decoro do teu quarto – junto ao teu leito.

Gostaria eu de ser... um simples barco à vela
E navegar pelo mundo fora – a teu jeito;
Mostrar-te que o amor é lindo – e a vida é bela
Quando ambos são vividos.... com preceito.

Talvez me digas: Como é bom sonhar!...
E eu, alegre ou triste, sei que vou esperar,
Num recanto, em silêncio, ficarei sonhando:

“Quero-te mesmo em sonho, quero-te meu amor,
Deixa-me ser teu quadro... ser a tua flor,
Adormecer-te no meu colo, para ti cantando”.


João Catarino Ribeiro

PAIXÃO

Já vai alta a madrugada
E eu estou em ti pensando,
Meu coração está chorando
Por ti chora... minha amada!

Entra a lua p’la janela
Não tem brilho, não tem côr
Pois viver sem teu amor
Até a lua é menos bela.

Nos telhados, nos beirais,
Só vejo trevas, quimeras,
O vento movendo as heras,
Mas de ti não há sinais.

Chuviscos de águas singelas,
Que ao caírem em minha mão
Encerram enfim, meu coração,
Na tristeza das vielas.

Estrelas brilhantes do Céu
Já não brilham como outrora,
São cinzentas, porque agora
Também choram quanto eu.

Até as pedras da calçada
Já não barram meu caminho,
Não me querem ver sozinho
Em funesta madrugada.

Mergulhei na escuridão
Não encontro mais sentido
Meu coração está perdido
Pobre do meu coração.

Pergunto-te então Senhor
Por que vivo esta paixão?!
Tudo em mim é ilusão,
Ilusão dum grande amor.


João Catarino Ribeiro

SILÊNCIO

Avisto ao longe o silêncio avaro e sereno,
Que de mim se acerca - do meu imenso nada!
Surge escondido em espesso nevoeiro ameno,
Calmo e sorrateiro, como a brisa, leve, da madrugada;

Invade meu mundo, tão minúsculo, tão pequeno,
Que não comporta a aridez mofa, abafada.
E, nem a voz da minha alma – o meu aceno,
Faz esse imune desgrenhar-se na alvorada,

Foge! Corre! P’ra que me serve um alcatraz
Que só passeia pelas sombras do pecado?
Um condor que espalha a dor e é capaz

De seduzir qualquer dilema descuidado!
Como pode a minha alma estar em paz
Quando sente que esse silêncio é um tornado.


João Catarino Ribeiro