10/10/2006

Quociente...

"Um Quociente apaixonou-se um dia doidamente por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável e viu-a, do Ápice à Base... uma Figura Ímpar;
Olhos rombóides, boca trapezóide, Corpo ortogonal, seios esferóides.
Fez da sua uma vida paralela à dela. Até que se encontraram no Infinito.
"Quem és tu?" indagou ele com ânsia radical. "Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode chamar-me Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram o que, em aritmética, corresponde a alma irmãs
Primos-entre-si. E assim se amaram ao quadrado da velocidade da luz.
Numa sexta potenciação traçando ao sabor do momento e da paixão
Rectas, curvas, círculos e linhas sinusoidais.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidianas
E os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E, enfim, resolveram casar-se.Constituir um lar.
Mais que um lar.Uma Perpendicular.
Convidaram para padrinhos, O Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
Sonhando com uma felicidade Integral E diferencial.
E casaram-se e tiveram uma secante e três cones
Muito engraçadinhos. E foram felizes
Até àquele dia Em que tudo, afinal, se torna monotonia.
Foi então que surgiu O Máximo Divisor Comum...
Frequentador de Círculos Concêntricos. Viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela, Uma Grandeza Absoluta, E reduziu-a a um Denominador Comum.
Ele, Quociente, percebeu que com ela não formava mais Um Todo.
Uma Unidade.Era o Triângulo,chamado amoroso.
E desse problema ela era a fracção mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a relatividade.
E tudo que era expúrio passou a ser moralidade
Como aliás, em qualquer sociedade."

Autor Desconhecido

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